segunda-feira, 11 de abril de 2011

A escola do Realengo não pode ser demolida e tampouco esquecida - Por José Carmo


Ainda sobre os efeitos da tragédia ocorrida na ultima quinta feira, a Escola Municipal Tasso da Silveira, no bairro do Realengo  no Rio de Janeiro, inicia o longo e doloroso processo de retomar suas atividades cotidianas. Observam-se diversas opiniões sobre este retorno duas delas chamaram a atenção: a demolição da escola para a construção de um memorial para as vítimas e o retorno das aulas.

Não acredito que a construção de um memorial possa ajudar as vitimas desta tragédia a superar este problema, uma demolição afetaria ainda mais os sentimentos daqueles que vivenciaram os fatos e até dos que já em algum momento do passado foram alunos e ali construíram suas histórias. Um memorial poderá servir apenas como uma triste lembrança do ocorrido. Cada pessoa tem uma forma a reagir perante esta situação e por conta disto alguns pais já decidiriam matricular seus filhos em outras escolas, outros cogitam esperar mais tempo para o retorno das crianças. Esta é uma clara demonstração que o acompanhamento de psicólogos é fundamental neste momento crítico. 

O retorno as aulas  apesar do luto e das dificuldades inerentes no caminho, pode fazer com que esta escola renasça das cinzas desta tragédia e  crie em torno de si uma união ainda mais forte com a comunidade. Este caminho em busca da rotina normal deverá ser realizado de forma gradativa e com acompanhamento de pessoas especializadas, tais como, médicos, pedagogos, terapeutas, etc.

O poder público garantiu a disponibilidade destes profissionais para contribuírem com a recuperação da comunidade, entretanto, devemos ficar atentos ao seguinte comportamento de alguns políticos. No calor dos acontecimentos, com a mídia sensacionalista explorando cada fragmento da tragédia atrás de 0,05 pontos no IBOPE. Temos inúmeros especialistas, profissionais que oferecem ajuda, promessas de melhorias, garantias e muito bla bla bla das autoridades governamentais. Mas quando evento trágico cai na vala comum do noticiário ou é substituído por outro, o que temos é um esquecimento daqueles que sofreram com a tragédia.

Para comprovar esta argumentação, basta realizar uma pesquisa sobre o que foi prometido pelos governantes no momento que ocorreram as tragédias naturais em Santa Catarina e recentemente na cidade serrana do Rio de Janeiro e comparar com o que foi realmente realizado. Uma clara demonstração de oportunismo eleitoral.


Autoridades
Não abandonem estas crianças, elas precisam superar este trauma e manter a luta por seus sonhos.
Não vamos deixar este assunto ser esquecido e tampouco estas pessoas sem assistência.
Não façam apenas calculo eleitoral, com aqueles que perderam seus entes queridos, não existe nada que possa amenizar a dor que estão sentido. 
Mas o apoio de especialistas poderá conduzi-los na direção da superação  em algum momento no futuro.


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 José Carmo é economista e editor do Blog do Zé

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